De poeta e louco...

Acredito que "normal" e "loucos" são termos relativos. Dependem do lugar, da cultura, das pessoas ao redor, do que se está acontecendo no momento. Em Esparta era comum matarem os recém-nascidos com algum defeito físico, hoje isso é inconcebível. Muitas pessoas acham loucura alguém tomar um tacacá fervendo ao meio-dia em Belém (imagina... por que será?). Outras acham escandaloso que se coma diariamente no café da manhã ovos fritos, bacon, costelas fritas e quase meio litro de suco ou iogurte, o que é hábito nos Estados Unidos.

Há ainda aquelas loucuras de momento, quando se está nos extremos de algum sentimento ou sob efeito de alguma droga, legalizada ou não. São aquelas histórias que lamentamos ou rimos quando lembramos: "Cara, não sei o que eu tava pensando... se é que eu tava pensando". E vira motivo de orgulho, vergonha ou chacota pra vida toda, criando uma história que será repetida e modificada ao longo do tempo.

Em Belém, tenho a impressão de que a chuva forte causa ou pelo menos facilita algum acesso de loucura nas pessoas. Não sei se é irritação, se é pressa, se é frio, se é tudo junto, sei lá. Quanto mais pesada a chuva, mais as pessoas parecem anárquicas, como numa suspensão de regras. Todo mundo corre assustado, os carros aceleram em vez de correrem menos, as pessoas entopem qualquer lugar pra se proteger, aí vem o calor, falta energia elétrica em alguns momentos, alaga aqui, enche acolá, pára tudo.... mas não se pode negar que é divertido. Aliás, quem nunca deu ouvidos a um impulso, quebrando a cara ou comemorando depois, não aprende a viver melhor. Por mais louco ou irônico que seja, não é normal nunca ter algum ímpeto de loucura.

Um comentário:

Cily disse...

Não sei se é maluquice, mas a chuva me faz pensar. E sempre em coisas tristes...

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