"Como se faz para esconder uma árvore?"

A simplicidade induz ao engano, como ensina a carta roubada de Allan Poe. Hábito adquirido ou qualidade própria, sempre a questão se as coisas realmente são tão complicadas quanto aparentam. Se num momento de puro realismo de visão e raciocínio, onde nem mesmo os sentimentos dos outros são poupados (e nem deveriam nessas ocasiões), se tem a impressão de nem tudo é tão complexo quanto se imaginava, talvez seja verdade. Ou o contrário: não é tão simples quanto parece. Nunca é fácil.

Mas, ainda nesses momentos, fica claro que muito depende da vontade e esforço próprio. Principalmente esforço. E dá a impressão (certezas são quase privilégios) de que se o esforço nunca é tão grande, é porque se quer atenção, quer evitar a solidão, alguém confiável dizendo o que se quer ou não ouvir. Ambos os casos incluem o silêncio.

Há momentos de lucidez ou delírio, letargia ou êxtase, prazer e tédio, sempre envolvendo diferentes sensações, em que as coisas ficam claras. A resposta é simples, a sua execução geralmente não é, como Cony dá a entender ("Basta colocá-la no meio da floresta"). Mas reconhecendo a solução certa, não há dúvida: é um grande passo. Nunca é fácil. Certamente melhor que seja assim para o mundo girar.

Nenhum comentário:

Seguidores