Vivendo e aprendendo

Comida, risadas, conversas, abraços, beijos, fotos, mensagens, fogos, games, telefonemas, descobertas e recordações. Depois de uma noite dessas, restou fôlego para ver o sol nascer. Bela paisagem para se lembrar de erros e acertos do passado, prometendo a si mesmo que o futuro vai ser melhor, ainda que tenha os seus imprevistos. Ótimo momento para perceber mais uma vez, com um sorriso de resignação e sinceridade, que não é fácil fugir da pieguice de se sentir bem e até esperançoso para o próximo ano. Ocasião apropriada para se permitir cair nos clichês e possíveis armadilhas que nos torna humanos, baixando a guarda do pessimismo e do sarcasmo pelo menos naquele momento e, quem sabe, em muitas outras oportunidades futuras.

Tudo isso passando pela cabeça, cansada, muito sonolenta, porém feliz. O céu passando da cor alaranjada ao seu azul característico. Garças voando elegantemente. Um desses momentos onde o silêncio é confortável e as palavras, se proferidas, devem ter no mínimo alguma graça poética, o que não é muito difícil quando se pode aproveitar o enlevo de todo aquele cenário.

O sol finalmente se levantou sobre os prédios, clareando imensamente o céu e a minha vista. Não pensava em nada mais do havia dito antes sobre momentos e recordações, nem sobre permitir clichês ou sobre pecados e perspectivas. Apenas olhava. O céu cada vez mais azul, o sol cada vez mais belo. Não deu pra resistir. Baixei a cabeça, levei a mão aos olhos possivelmente vermelhos e disse à Íris:

- O brilho do sol tá doendo na minha vista!!!


Piegas ou não, excelente 2007 para todos nós!

2 comentários:

Cily disse...

Texto legal!!

E tomara mesmo q 2007 seja um excelente ano!

Anônimo disse...

Dizem as más linguas que somente um terço do mundo comemora o ano novo no mesmo dia que nós... os motivos são diversos, vão desde convicção religiosa até opção gastronômica... em meu caso escolhi opção gastronômica. Estava tão ansioso pra estar aqui onde estou, que simplesmente não conseguia comer!!! E como bom animal pesudo-social que sou, não há verdadeiras comemorações sem comida... como uma vez alguém falou em sonhos, ainda continuamos canibais. Só que hoje nosso canibalismo exerce outros nichos. Canibalismo social, sentimental, autodepressivo... enfim, há uma variedade de cardápios que intriga...

E toda boa comemoração tem que ter sua parcela de satisfação mais básica. Então como disse e agora justifiquei, por opção gastrônomica, feliz ano novo!

Sobre comemoraçõe se gastrônomia há um fato curioso. É de conhecimento geral que se alimentar demais causa maus sonhos. É uma certeza científica. O excesso de alimento permite, aos vermes que habitam nossa alma, a obtenção da força necessária para escalar até nossos sonhos. Uma vez, César teve um sonho assim. Havia sido um banquente pavoroso, e a comemoração de alguma divindade pagã que estava fazendo estágio probatório pra assumir seu posto cristão. E César comeu como um imperador (eu sei, isso foi infame, mas por favor tenham dó sim?), e teve sonhos, e nesses sonhos ele via as ambições de um certo confrade por nome Pompeu... E você me perguntaria o que tem isso com comemorações? Bom não muita coisa. Mas algum tempo depois e curiosamente nessedia de hoje, César atravessou o Rubicão, e travou a guerra civil que mudou aface de Roma e lhe deu o mundo como despojo, enfim lançou a sorte... Se o sonho mau de César lhe deu um mundo e o preço foi uma guerra, que conselho eu poderia te dar como presente de ano novo? "Tenha bons sonhos"? "Coma como se seus sonhos dependensem disso"? Não sei. Boas histórias não tem final, mas essa não é uma boa história, então meu irmão, escreva seu final...

Bom ano novo meu irmão...alea jacta est... não há como alcançá-la agora.

Seguidores